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Mirante tem sessão de nostalgia com exibição do clássico 'Os Garotos Perdidos'

Evento acontece no sábado, 5 de março, e tem entrada Catraca Livre

foto: Marcelo Paixão
 No sábado, 5 de março, o projeto Cine Phenomena retorna ao Mirante 9 de Julho com exibição gratuita do filme Os Garotos Perdidos, clássico teen do terror dos anos 80. A sessão acontece às 19h mas antes, às 16h, rola discotecagem dos integrantes do selo Factus Records e convidados.

O filme estadunidense foi dirigido por Joel Schumacher e tem no elenco nomes como Dianne Wiest, Jason Patric, Corey Haim, Jami Gertz, Kiefer Sutherland.

Mostra 80 anos José Mojica Marins

 

Para comemorar os 80 anos do cineasta José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão, a Cinemateca Brasileira traz uma mostra que exibe 20 filmes – entre clássicos e raridades – do diretor que é um dos mais subestimados da história do cinema brasileiro. Destaque para três exibições na tela externa da Cinemateca: Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (no dia 12 de março), O Despertar da Besta (26/03), e Quando os Deuses Adormecem (02/04).

Confira a programação completa com sinopses:

10/03 Quinta
SALA BNDES
19h30 O Estranho Mundo de Zé do Caixão, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Osvaldo de Souza, Nidi Reis e Nivaldo de Lima
São Paulo, 1968, pb, 35mm, 76’ | exibição em 35mm
Zé do Caixão desfia sua filosofia doentia e introduz três contos de horror. Em O Fabricante de Bonecas, marginais invadem a casa de um velhinho e descobrem o segredo da confecção de suas bonecas, cujo principal detalhe são os olhos realistas. Em Tara, um pobre vendedor de balões fica obcecado por uma garota que ele segue nas ruas, só conseguindo possuí-la após sua morte. Em Ideologia, um excêntrico professor enfrenta um rival e tenta provar que o instinto prevalece sobre a razão, com fortes doses de canibalismo e sadomasoquismo.


11/03 Sexta
SALA BNDES
19h Exorcismo Negro, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Jofre Soares, Ariane Arantes, Walter Stuart
São Paulo, 1974, cor, 35mm, 100’ | exibição em 35mm
Após uma entrevista na qual nega a existência de Zé do Caixão, o cineasta José Mojica Marins parte em férias para a casa de campo de um amigo. Lá reencontra Álvaro, sua esposa Lúcia, e as três filhas, e fica sabendo que Wilma, a mais velha, está noiva de Carlos. Logo, fenômenos sobrenaturais passam a se manifestar na casa e Mojica descobre que Wilma fora prometida ao diabo, numa missa negra conduzida por ninguém menos que Zé do Caixão! Ele fica chocado ao contemplar a existência em carne e osso de seu personagem, acontecendo o inevitável confronto entre criador e criatura.
21h À Meia Noite Levarei sua Alma, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Magda Mei, Nivaldo de Lima, Valéria Vasquez
São Paulo, 1964, pb, 35mm, 81’| exibição em 35mm
O cruel e sádico coveiro Zé do Caixão - temido e odiado pelos moradores de uma cidadezinha do interior - é obcecado em gerar o filho perfeito, que possa dar-lhe a continuidade de seu sangue. Sua esposa não pode engravidar e ele acredita que a namorada de seu amigo seja a mulher ideal que procura. Após ser violentada por Zé, a moça jura cometer suicídio para retornar dos mortos e levar a alma daquele que a desgraçou.

12/03 Sábado
SALA BNDES
19h A Estranha Hospedaria dos Prazeres, de Marcelo Motta
Com: José Mojica Marins, Rosalvo Caçador, Marizeth Baumgarten e Luzia Zaracausca
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 81’ | exibição em 35mm
Durante uma noite de tempestade várias pessoas se abrigam numa estranha hospedaria de estrada - um casal de noivos, três industriais, um grupo de motoqueiros, um gigolô, uma adúltera, entre outros; revelam seus problemas afetivos e sexuais e descobrem que o local se encontra no além, destinada a abrigar os que partiram desta vida e não alcançaram o estado da graça.
ÁREA EXTERNA
21h Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Roque Rodrigues, Nádia Tell, William Morgan, Tina Wohlers,
São Paulo, 1966, cor/pb, 108’ | exibição em HDCam
Zé do Caixão tenta encontrar, através de provas de sadismo, a donzela que será a mãe de seu filho, indispondo-se contra a população, sonhando com o Inferno e morrendo vingado pelas vítimas de seus crimes.

13/03 Domingo
SALA BNDES
18h Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro, de José Mojica Marins
Com: Roque Rodrigues, Rosângela Maldonado, Andréa Bryan
São Paulo, 1971, pb, 35mm, 83’ | exibição em 35mm
Uma gangue de marginais organiza uma expedição às selvas amazônicas em busca de um tesouro perdido. Aos poucos os integrantes da expedição entram em conflito por causa de ouro e mulheres, matando-se uns aos outros.
20h Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Jece Valadão, Adriano Stuart, Milhem Cortaz
São Paulo, 2008, cor, 35mm, 93’ I exibição em 35mm
Após quarenta anos preso numa cela para doentes mentais, Zé do Caixão é finalmente libertado. Novamente em contato com as ruas, o sádico coveiro recebe ajuda do corcunda Bruno e de outros seguidores para cumprir a mesma meta que o levou preso: encontrar a mulher que possa lhe gerar um filho perfeito. Enquanto não é encontrado pelos inimigos, ele segue seu caminho pela cidade de São Paulo, deixando um rastro de horror.

17/03 Quinta
SALA BNDES
18h D’Gajão Mata Para Vingar, de José Mojica Marins
Com: Walter Portella, Ana Nielsen, Eddio Smâncio, Grancinda Freire
São Paulo, 1971, cor, 35mm, 93’|exibição em 35 mm
Num acampamento cigano, D’Gajão e Nadja celebram seu casamento. Perto dali o capataz Justino tenta seduzir a filha de seu patrão, mas a moça morre ao bater a cabeça numa pedra. Justino culpa os ciganos pela morte, comandando um massacre no acampamento. O único sobrevivente é D’Gajão, que persegue os bandidos numa vingança insaciável, tentando salvar sua noiva, raptada pelo inescrupuloso fazendeiro.
 
20h Meu Destino em suas Mãos, de José Mojica Marins
Com: Franquito, Alvino Cassiano, Nilton Batista, Delmo Demarcos
São Paulo, 1963, pb, 35mm, 80’| exibição em 16mm
O drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem a pé pelas estradas, acompanhados apenas pelo violão e pela cantoria de Carlito, o mais velho deles.

18/03 Sexta
SALA BNDES
19h Inferno Carnal, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Luely Russo, Osvaldo de Souza, Helena Ramos
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 85’ | exibição em 35mm
Jorge é um cientista. Raquel, sua mulher, tem um amante, Oliver, e, para viver com ele em liberdade, atira no marido um vidro de ácido. Enquanto ele se recupera no hospital, Raquel e Oliver gastam a fortuna do cientista. Após meses hospitalizado, o Dr. George volta para casa com um sombrio plano de vingança em mente.
 
21h Delírios de um Anormal, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins (dublado por João Paulo Ramalho), Jorge Peres, Magna Miller
São Paulo, 1978, cor/pb, 35mm, 86’ | exibição em 35mm
Um psiquiatra, obcecado pela figura de Zé do Caixão, passa a ter delírios nos quais sua esposa é raptada pela malévola criatura. José Mojica Marins, criador do personagem, procura auxiliá-lo e, por meio de hipnotismo, provoca uma luta ferrenha entre as forças do mal e do bem.

19/03 Sábado

SALA BNDES
17h Mundo Mercado do Sexo, de José Mojica Marins,
Com: José Mojica Marins, Barbara Prado, David Hungaro, Marly Palauro
São Paulo, 1977-78, cor, 35mm, 81’| exibição em 35mm
Na véspera de Natal, Mauro – repórter de um grande jornal – tem 24 horas para encontrar uma manchete para a primeira página. Ele sai então pelas ruas à procura de uma grande notícia, mas sem sucesso ao desespero. Enquanto isso, sua esposa em casa precisa urgentemente de dinheiro para socorrer o filho atropelado, e vai buscar ajuda com o editor do jornal. Enquanto procura uma manchete, o repórter nem imagina que ele próprio será notícia no dia seguinte.
 
19h Demônios e Maravilhas – O Diabólico Reino de Zé do Caixão, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Nilcemar Layart, Satã, Lírio Bertelli, Carmem Marins
São Paulo, 1978-1994, cor, 16mm, 50’ | exibição em 35mm
Anunciado como um “registro biográfico da luta do criador para manter a sua criação com cenas reais e cenas adaptadas cinematograficamente”, neste documentário Mojica recria fatos decisivos em sua vida, como sua prisão arbitrária, seu problema com alcoolismo e até sua suposta morte por alguns minutos. A segunda parte desta cinebiografia de Mojica intitula-se “Alucinação Macabra”, ainda incompleto.
 
20h20 Exorcismo Negro

20/03 Domingo
SALA BNDES
18h A Virgem e o Machão, de J. Avelar
Com: Aurélio Tomassini, Esperança Villanueva, Walter C. Portella
São Paulo, 1973, cor, 35mm, 90’| exibição em 35mm
Numa cidadezinha do interior, um médico recém-chegado - orgulhoso de seu talento para conquistar as mulheres - aceita o desafio de tentar derreter a prostituta mais fria da cidade: Maria Sorvete, mais interessada em chupar um picolé do que fazer sexo. Quando descobrem o jogo de seus maridos, as mulheres traídas decidem dar o troco, apostando qual delas conseguirá conquistar primeiro o médico machão.
 
20h Como Consolar Viúvas, de J. Avelar.
Com: Vic Barone, Vosmarline, Zélia Diniz, Lorenia Machado, Walter Portella
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 93’ | exibição em 35mm
Aquiles d’Almeida Torres é um ator espertalhão que vive de dar golpes. Ao ver no jornal que três empresários milionários desapareceram há seis meses num acidente aéreo, ele arquiteta um novo plano para ficar rico. Com a ajuda do mordomo Vitório e de seus próprios talentos dramáticos, ele se passa pelos falecidos maridos e tira proveito das três viúvas solitárias. Sedentas por sexo, as mulheres não resistem e se entregam aos supostos fantasmas, apesar da vigilância constante da severa Tia Dadá.

24/03 Quinta
SALA BNDES
18h O Estranho Mundo de Zé do Caixão
 
20h A Mulher que põe a Pomba no ar, de José Mojica Marins
Com: Rosângela Maldonado, Luandy Maldonado, Marta Lupiani, Tereza Rodrigues
São Paulo, 1978, cor, 35mm, 86’| exibição em Betacam digital
Após ser traída pelo marido, uma cientista se vinga desenvolvendo uma fórmula que transforma seres humanos em criaturas voadoras. Ela utiliza duas garotas como cobaia de sua invenção, tornando-as em mulheres-pombas, que voam pela noite, atacando e matando homens adúlteros. Porém a cientista se apaixona pelo homem encarregado da investigação dos assassinatos, permitindo que ele destrua sua invenção.

25/03 Sexta
SALA BNDES
19h A Estranha Hospedaria dos Prazeres
 
21h Trilogia do Terror, de José Mojica Marins, Luís Sergio Person e Ozualdo Candeias
São Paulo, 1968, pb, 35mm, 102’ | exibição em 35mm
Compilado de três episódios macabros realizados por três cineastas: Pesadelo macabro, de José Mojica Marins, Procissão dos mortos, de Luís Sergio Person e O acordo, de Ozualdo Candeias.

26/03 Sábado
SALA BNDES
 
19h Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro
 
ÁREA EXTERNA
21h O Despertar da Besta (O Ritual dos Sádicos), de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias Andréa Bryan
São Paulo, 1969, cor e pb, 35mm, 92’ | exibição em 35mm
Um psiquiatra injeta LSD em quatro voluntários para estudar os efeitos do tóxico sob a influência da imagem de Zé do Caixão. O personagem aparece de maneira diferente nos delírios psicodélicos de cada um, misturando sexo, perversão e sadismo.
Classificação indicativa 16 anos.

27/03 Domingo
SALA BNDES
18h Mundo Mercado do Sexo
20h A Mulher que põe a Pomba no ar


31/03 Quinta
SALA BNDES
18h O Despertar da Besta (O Ritual dos Sádicos)
20h Inferno Carnal


01/04 Sexta
SALA BNDES
19h À Meia Noite Levarei sua Alma
21h Esta Noite Encarnarei no seu Cadáver


02/04 Sábado
SALA BNDES
19h Finis Hominis, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Tereza Sodré, Carlos Reichenbach, Claudia Tucci
São Paulo, 1971, cor, 35mm, 89’ |exibição digital
Um homem completamente nu emerge do mar e caminha tranquilamente pelas ruas da cidade, interferindo de várias maneiras em episódios cotidianos, sempre em busca de justiça. Assumindo o nome Finis Hominis, ele é tido pela população como um messias moderno, capaz de operar milagres. Uma mulher adúltera e um marido traído - ambos salvos por Finis - são seus maiores seguidores, ao lado de um bando de hippies.
 
ÁREA EXTERNA
21h Quando os Deuses Adormecem, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Andréa Bryan, Amires Paranhos, Sabrina Marquezine,
São Paulo, 1970-2, cor/pb, 35mm, 82’| exibição em 35mm
Quando os deuses se recolhem para um repouso, as forças do mal aproveitam para subjugar a terra. É a deixa para que Finis sinta a necessidade de sair mais uma vez do hospital para pôr ordem nas ruas. Ele interfere em episódios isolados, sempre promovendo a paz e desmascarando charlatões. Paralelamente, há o drama do hospício prestes a fechar as portas por não estar recebendo os cheques de um benfeitor anônimo.

03/04 Domingo
SALA BNDES
18h O Estranho Mundo de Zé do Caixão
20h Encarnação do Demônio


Fonte: Time Out São Paulo

Estúdio em NY onde Louise Bourgeois morou e criou será aberto ao público

Imóvel no Chelsea poderá ser visitado a partir do meio do ano

Louise Bourgeois no estúdio em sua casa, no Chelsea, em Nova York, em 1974 - Divulgação

NOVA YORK - Diferentemente de Paris, onde os lares e estúdios de Auguste Rodin, Eugène Delacroix e Gustave Moreau estão no itinerário de turistas, Nova York tem uma escassez de casas de artistas convertidas em museus. Pintores e escultores em Manhattan geralmente habitam lofts e, quando se mudam, outros ocupam os espaços. Um dos poucos exemplos é a Spring Street 101, casa de Donald Judd no SoHo, que pode ser visitada sob reserva. O edifício, impecável, com quartos ensolarados que abrigam arte minimalista lindamente instalada e mobília desenhada por Judd, representa um esplendoroso yang masculino. Finalmente, ele tem seu yin correspondente: a escondida e entulhada morada em Chelsea que foi ocupada por Louise Bourgeois (1911-2010).

Parece adequado que a casa de Judd seja sustentada por colunas, e o lar de Bourgeois seja encimado por uma claraboia oval pintada com a matiz de água-marinha favorita da artista, uma mistura de azul prussiano, branco e um toque de ocre. Artista profundamente original, Bourgeois viveu por quase meio século no nº 347 da 20th Street, lado oeste, uma estreita casa geminada de tijolos do século XIX. Uma organização sem fins lucrativos, a Fundação Easton, criada por ela nos anos 1980, abriu o local para grupos pequenos de amantes da arte. No meio do ano, ela ficará acessível ao público, por meio de visitas agendadas no site theeastonfoundation.org. Pouco antes de morrer, em 2010, aos 98 anos, Bourgeois comprou a casa adjacente de seu vizinho, o figurinista William Ivey Long. Agora funciona como uma pequena galeria onde seu trabalho fica exposto, como acomodação temporária para acadêmicos de lugares distantes e como biblioteca e arquivo.

Sua própria residência, porém, é a atração principal. Mais de cinco anos depois de sua morte, a casa ainda dá a impressão de ser habitada pela mulher que a chamava de lar. Vestidos e casacos estão pendurados no armário. Revistas e livros de anotações enchem as estantes, que exibem a amplitude de interesses de Bourgeois, incluindo “Alegria de cozinhar”, o “Bagavadguitá” e as “Nove estórias” de J.D. Salinger.

Uma sensação de que, a qualquer momento, Bourgeois poderia entrar pela porta é aguçada pela atmosfera de decadência boêmia: com certeza, o lugar não está arrumado para ser visto por qualquer um a não ser sua proprietária. Retalhos grosseiros chamam a atenção para o afundamento de um teto de gesso. Um cooktop a gás com duas bocas que faz as vezes de fogão e uma televisão antiquíssima que fica ao lado de uma pequena cadeira dobrável de metal aprofundam a impressão de uma casa que não está pronta para receber visitas. “Eu estou usando a casa. A casa não está me usando”, disse ela a um visitante, quando tinha 70 e poucos anos.

A morada está sendo mantida o mais próximo possível da aparência que tinha quando a proprietária estava viva.

— A casa tem uma vibração — observou Jerry Gorovoy, que foi assistente e amigo de Bourgeois por 30 anos e hoje preside a fundação (cujo conselho diretor conta com os dois filhos da artista, Jean-Louis e Alain). — Tem um coração e uma alma. As pessoas ficam emocionadas quando vêm aqui.


SEM INTERESSE POR ‘COISAS BONITINHAS’


A decoração utilitária é condizente com a natureza pragmática de Bourgeois.

— Se o piso estivesse bom, e ela pudesse ficar de pé sobre ele, e ele suportasse suas esculturas, isso é tudo o que importava para ela — explicou Gorovoy. — Ela não tinha interesse em decoração, adornos e coisas bonitinhas.

Bourgeois comprou a casa geminada em 1962 por menos de US$ 30 mil, com seu marido, o historiador da arte Robert Goldwater, que ela conheceu em sua Paris natal em agosto de 1938, e com quem se casou um mês depois. Ela se mudou com ele para Nova York, onde criaram três filhos. Com a morte de Goldwater, em 1973, Bourgeois remodelou drasticamente o local. Ela saiu do quarto de casal dos fundos no segundo andar, deixando esse cômodo e a biblioteca de Goldwater, no terceiro andar, praticamente intocados, como um tipo de memorial. E instalou uma cama de solteiro no quarto da frente do segundo piso. (Muitos anos depois, quando uma artrite fez com que subir a escadaria se tornasse um fardo, transferiu seu quarto para um gabinete no primeiro andar.) Nos anos em que foi esposa e mãe, Bourgeois usou o porão para trabalhar. Depois, transformou o prédio inteiro num estúdio de arte.

— De um ponto de vista psicológico, ela fez transformações tão radicais como forma de lidar com uma perda extrema — opinou Gorovoy.

Uma explicação psicológica é apropriada para uma artista que demarcou sua carreira com linhas fortes de luto. Com a morte de sua mãe, em 1932, ela largou os estudos de matemática e filosofia para se tornar artista. Sua mãe, que restaurava tapeçaria antiga, representava um ideal de proteção para a filha. Suas icônicas esculturas de aranha foram uma alusão à mãe tecelã. A morte de seu pai, em 1951, levou-a a fazer sessões de psicanálise freudiana por décadas, e a morte de Goldwater libertou-a — ou forçou-a — a se dedicar totalmente à arte.


Artist & Empire: Facing Britain’s Imperial Past at Tate Britain

How artists from Britain and around the world have responded to the dramas, tragedies and experiences of the Empire.

George Stubbs, A Cheetah and a Stag with two Indian Attendants 1765. © Manchester Art GalleryThis is a sponsored post on behalf of Tate Britain

In 21st century Britain, ‘empire’ is highly provocative. Its histories of war, conquest and slavery are difficult and painful to address but its legacy is everywhere and affects us all. Artist and Empire brings together extraordinary and unexpected works to explore how artists from Britain and around the world have responded to the dramas, tragedies and experiences of the Empire.

Featuring a vast array of objects from collections across Britain, including maps, flags, paintings, photographs, sculptures and artefacts, the exhibition examines how the histories of the British Empire have shaped art past and present. Contemporary works within the exhibition suggest that the ramifications of the Empire are far from over.

The show raises questions about ownership, authorship and how the value and meanings of these diverse objects have changed through history, it also asks what they still mean to us today.

Historic works by artists such as Joshua Reynolds and George Stubbs are shown with objects including Indian miniatures and Maori artefacts, as well as contemporary works by Hew Locke and Sonia Boyce. Through this variety of artworks from a complex mix of traditions, locations and cultures the fragmented history of the Empire can be told.

For more details, please visit:

Or telephone 020 7887 8888

Mostra reúne 200 imagens de fotógrafos soviéticos no Memorial da América Latina

Através da Câmera foram publicadas em grandes jornais, outras passaram décadas guardadas antes de chegar ao público.

São, ao todo, 200 imagens feitas por seis fotógrafos da geração que começou a retratar a antiga potência comunista na década de 1950. A mostra será aberta na noite de hoje (5) no Memorial da América Latina, zona oeste da capital paulista.

“O que muitas das fotos que estão na exposição demonstram é que os próprios fotógrafos sabiam que as fotografias não iam passar pela censura. Então, eles nem enviavam essas fotos para as agências e elas permaneciam em um acervo pessoal”, explica o curador da mostra, Gustavo de Carvalho. As imagens só puderam ser divulgadas a partir da abertura promovida por Mikhail Gorbachev, na década de 1980.

Em comum, os seis nomes representados na exposição têm a negação do período stalinista pela estética construtivista.

“Eles quase que prestam uma homenagem a essa estética construtivista, que nasceu com a Revolução Russa e foi esmagada por [Josef] Stalin, por achar que ela não servia à ideologia soviética”, ressalta o curador sobre o movimento que tem como característica o trabalho com as formas geométricas. Entre os expoentes do construtivismo estão o artista plástico Alexander Rodchenko e o cineasta Sergei Eisenstein.
Foto que integra exposição no Memorial da América Latina

No entanto, Viktor Akhlomov, Yuri Krivonossov, Antanas Sutkus, Vladimir Lagrange, Leonid Lazarev e Vladimir Bogdanov apresentam olhares distintos sobre a sociedade soviética.

“Esse olhar subjetivo é uma das poucas coisas que a censura soviética não conseguiu proibir. Assim como a extensão geográfica do país faz com que, muitas vezes, um olhar sobre o mesmo tema seja completamente diferente ou antagônico”, acrescenta Gustavo de Carvalho.

O único não russo entre os fotógrafos, o lituano Antanas Sutkus, traz um contraponto ao trabalho dos colegas. “Funciona na exposição como o negativo de toda essa realidade soviética. Toda a obra dele se destaca do trabalho dos outros cinco fotógrafos porque se constitui como um testemunho de um país que tinha uma cultura própria e foi ocupado pela União Soviética”, explica Carvalho.

Como a fotografia não era entendida como uma arte que comportava o mesmo nível de subjetividade do cinema, o curador conta que foi possível que os artistas levassem para os jornais e revistas soviéticos um olhar humanista sobre o cotidiano do país “em que se vê admiração e respeito pelo ser humano”, enfatiza sobre a produção com imagens tanto da capital, Moscou, quanto do interior camponês.

Além de apreciar o trabalho dos artistas, Carvalho acredita que o público também terá a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura do leste europeu. “Mesmo não sendo o intuito principal da exposição, é uma oportunidade interessante para o público brasileiro conhecer cenas de uma cultura que é tão longínqua. Acho que cumpre também esse papel de mostrar como essas pessoas viviam naquela época”.

[REPERCUSSÃO DE NOTÍCIA] How The Danish Girl captured the zeitgeist

Danish Girl
Eddie Redmayne first worked with director, Tom Hooper, aged 22 in Elizabeth I

Few movies capture the popular zeitgeist quite like King's Speech director Tom Hooper's The Danish Girl. It tells the story of the 1930s Danish artist Einar Wegener, played by Eddie Redmayne, who became one of the first people to undergo sex reassignment surgery, having decided to live life as a woman called Lili Elbe. The film also features Wegener's wife Gerda, played by Alicia Vikander.

The Danish Girl comes in a year that has put transgender issues firmly into the spotlight. From the transition of Bruce to Caitlyn Jenner, to the Emmy-winning success of Amazon's series Transparent, even the White House chose to screen The Danish Girl as part of a celebration of LGBT artists.

Ironic, then, that Hooper has said the script was passed around for about 12 years struggling to secure backing because of what was seen as the story's limited appeal.

"I hope it provides a message of hope," says the Oscar-winning Hooper, who has previously worked with Redmayne on Elizabeth I and Les Miserables.

"It's a message that transgender history matters. These were two extraordinary pioneers of the transgender movement who I think history had marginalised."

Facing criticism

Before locking the final cut of the film, he decided to screen the movie to one of Les Miserables' musical directors, who was in the process of transitioning while making the film.

"The lights came up and she had tears on her face, and she said the amazing words, 'How did you know?' She said it was in many respects very true to her own experience and that was for me the most exciting."

Tom Hooper, Alicia Vikander and Eddie Redmayne

Tom Hooper (left), Alicia Vikander and Eddie Redmayne have been attending photo calls and red carpet events for the film from Toronto to Copenhagen


Despite this sensitivity to the subject matter, Hooper has faced criticism for not choosing to cast a transgender woman in the title role. He defended the decision,telling Variety that access to trans actors is limited, and that he had always had Redmayne in mind.

"There was something in Eddie that was drawn to the feminine," he says. "He played the girls' parts in school plays. I was a bit like Gerda in the film because Gerda becomes fascinated by the femininity in her husband and starts to paint it. I was fascinated by the femininity in Eddie and wanted to explore it."

The film is as much about Gerda, and her demonstration of unconditional love and acceptance through an experience which is as much a transition for her as for her husband.

"I looked up to her," says Vikander.

"I questioned, would I be able to do what she did. It was an extraordinary experience trying to find that strength because she's never passive. Lili needs to be who she is but Gerda makes the decision to stand by her side. I'm a romantic at heart."

In fact, it is Gerda who suggests her husband dresses as a woman. She asks Wegener to first pose for a painting, but more significantly then suggests he attends a ball dressed as Lili, and she goes on to paint portraits of her husband as a woman.

"You helped bring Lili to life but she was always there," Lili later tells Gerda.

So did Gerda always know that her husband wanted to be a woman?

"She was able to see the inner self of the person she loved… When you know somebody really well, it's not a big surprise when something comes up to the surface," says Vikander.

Award nominations

Vikander's scene-stealing performance, which has been nominated for a Golden Globe and a Screen Actors Guild award, gives the film "tremendous heart", says Hooper.

"It's phenomenal. In her hands Gerda never feels like a victim, which I think is really interesting."

Danish Girl
Alicia Vikander (left) has picked up two Golden Globe nominations this year

It has been an extraordinary year for the Swede who came to the public's attention with roles in The Man from U.N.C.L.E., Testament of Youth, Burnt and Ex Machina, for which she has been nominated for another Golden Globe.

Her star is set to rise further when she acts alongside Matt Damon in the fifth Jason Bourne movie.

Redmayne is attracting an equal amount of attention, following his Screen Actors Guild and Golden Globe best actor nominations for his role.

The 33-year-old won the best actor award at this year's Oscars for his portrayal of Stephen Hawking in The Theory of Everything, another transformative role.

With the screenplay originating from 2004, The Danish Girl has been 11 years in the making, its subject matter proving it a difficult film for Hollywood's financiers to get behind.

But the critical recognition being given to Hooper, Vikander and Redmayne shows they are together a winning combination - and suggesting The Danish Girl was worth the wait.

The Danish Girl is due for release in UK cinemas on 1 January.

Fonte: BBC

[REPERCUSSÃO DE NOTÍCIA] Mostra em Israel sobre grupo alemão que resistiu ao nazismo

Os jovens membros do Rosa Branca distribuíam panfletos de resistência antinazista pela Alemanha. Em Israel, onde o movimento é pouco conhecido, uma nova mostra conta sua história.


Irmãos Hans e Sophie Scholl, membros do grupo Rosa Branca

Foi durante o verão de 1942 que os estudantes de medicina Hans Scholl e Alexander Schmorell distribuíram os quatro primeiros "Panfletos do Rosa Branca", de um total de seis, na cidade alemã de Munique. Os escritos expressavam raiva e espanto pela apatia dos alemães, na época, declarando que quem não se engajava ativamente na libertação do país da ditadura nazista era igualmente culpado dos crimes dela.

O pequeno movimento, chamado Weisse Rose (Rosa Branca), continua sendo um símbolo da resistência até os dias de hoje: o nome decora muitas praças e ruas em várias cidades da Alemanha, e escolas receberam os nomes de seus jovens membros.

Em homenagem aos 50 anos do início das relações diplomáticas entre a Alemanha e Israel, uma nova exposição na Galileia relembra agora a história de ativismo desse grupo de alemães, pouco conhecida no país do Oriente Médio.

"Acho extremamente importante, sobretudo nos dias de hoje, mostrar ao público que é possível resistir e criticar o próprio governo, caso se sinta que ele está agindo errado", disse à DW a israelense Sharon Cohen, em visita à exposição com os dois filhos, de 14 e 16 anos.

"Acredito que não haja, hoje, um país tão cruel quanto os nazistas foram, mas a mensagem continua relevante. A história dos membros do Rosa Branca é pouco conhecida em Israel, e acho que meus filhos se beneficiarão em conhecê-la", comentou. "Assim eles podem ver com os próprios olhos que houve gente que se manteve firme por um objetivo em que acreditava, mesmo que ele estivesse condenado ao fracasso ou mesmo lhes tenha custado a vida. Eles resistiram pela humanidade e contra o mal."


Exposição no Beit Lohamei Ha-Getaot, em Israel

Seis manifestos

As ações do grupo de resistência Rosa Branca, inicialmente formado na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, tiveram pouco, ou talvez nenhum, efeito para o enfraquecimento do regime nazista. Mas a coragem de seus membros em se opor à tirania foi como um pequeno farol de esperança por uma Alemanha diferente.

Durante as noites, Scholl e Schmorell pichavam frases como "Hitler assassino de massa" e "Liberdade" em prédios públicos de Munique. Mais tarde eles se uniram a outros estudantes, entre os quais Willi Graf e Sophie Scholl, a irmã de Hans.

O quinto dos panfletos do Rosa Branca, intitulado "Apelo a todos os alemães!", apareceu em janeiro de 1943 em várias cidades da Alemanha e da Áustria. Kurt Huber, professor dos jovens na universidade, foi quem redigiu o sexto e último, pedindo a todos os estudantes da instituição que se opusessem ao governo assassino. O manifesto foi distribuído pelos irmãos Scholl no prédio principal da universidade, em 18 de fevereiro.


Hans, Sophie Scholl e Christoph Probst foram condenados à morte por criticar ao regime nazista

Coragem de resistir

A mostra "Rosa Branca" – exposta em árabe e hebraico no museu Beit Lohamei Ha-Getaot (Casa dos Combatentes do Gueto), entre as cidades de Acre e Nahariya, no norte de Israel – traz fotos do grupo e de seus membros, explica as atividades que exerciam, mostra os panfletos distribuídos na época e fala sobre o alto preço pago pelos alemães que tentaram resistir ao nazismo.

Ao lado de atividades educacionais destinadas a alunos do ensino médio, a exposição enfoca o senso de responsabilidade social mostrado pelo Rosa Branca, assim como a perseverança de seus membros em seguir a própria consciência, em nome de valores humanistas, arriscando e até mesmo sacrificando suas vidas, ao contrário da maioria da sociedade alemã da época.

O segundo panfleto do grupo, por exemplo, denunciava o assassinato em massa de judeus na Polônia: "Estamos testemunhando o mais terrível crime contra a dignidade humana, um crime sem precedentes em toda a história da humanidade." No quarto panfleto, Scholl e Schmorell ameaçavam: "Não ficaremos em silêncio, nós somos a sua consciência pesada, o Rosa Branca não vai deixá-lo em paz."

Folhetos diante da Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, em homenagem ao Rosa Branca

Heróis verdadeiros

Entre as demandas nos panfletos do Rosa Branca constavam "liberdade de expressão, liberdade religiosa e proteção de cada cidadão contra o despotismo de regimes violentos como fundamentos para uma nova Europa". Seus membros, porém, nunca tiveram a chance de vê-las realizadas.

Em 22 de fevereiro de 1943, Hans e Sophie Scholl, junto ao colega Christoph Probst, foram condenados à morte e guilhotinados na prisão de Stadelheim, em Munique. As investigações continuaram, e naquele mesmo ano Alexander Schmorell, Willi Graf e o professor Kurt Huber também foram condenados à morte e executados.

"Eu acho isso tudo muito triste, mas eles foram heróis", comenta o filho de 14 anos de Sharon Cohen. "Gostei da exposição, mas ao mesmo tempo ela me deu um ponto de vista sobre o qual não é muito agradável pensar. Deixou uma pedra pesada no meu estômago."

"Hoje o Rosa Branca representa valores como o pensamento independente, liberdade e tolerância", diz uma das placas da exposição. "O legado atemporal do grupo é um apelo pela proteção dos direitos humanos e pela luta contra a discriminação, racismo e violência."

Para Sharon, essas palavras foram bastante poderosas. "Estou feliz em ter trazido meus filhos, para verem como gente honesta se manteve firme por aquilo em que acreditava, apesar de tudo. Espero que eles possam aprender algo para o futuro. Talvez até mesmo para o presente."



Fonte: Deutsche Welle (22.12.2015)

REPORTAGEM: An Idealised Portrait of the British Empire

Tate Britain’s new exhibition highlights artistic collusion with colonial ideas, but avoids facing up to the worst of imperialism.
Elizabeth Butler, 'The Remnants of an Army, Jellabad, January 13th, 1842', 1879. Elizabeth Butler, 'The Remnants of an Army, Jellabad, January 13th, 1842', 1879.Today, the prospect of an artist acting as a willing agent of pro-colonial ideas is highly unlikely. When contemporary artists engage with empire, their remit is to subvert, as with Scottish artist Andrew Gilbert whose installation British Infantry Advance on Jerusalem, 4th of July, 1879 is presented incongruously in the third room of Tate Britain’s new exhibition Artist and Empire: Facing Britain’s Imperial Past. Gilbert’s work is an inverted version of those ethnographic displays found in museums across Europe in which models of colonial subjects are represented as exotic curios, the infamous Leopard Man at the Royal Museum for Central Africa in Brussels being one example. In Gilbert’s installation it’s British soldiers who are on display with their cultural (and anachronistic) trappings exaggerated to ridiculous effect; cigarette holders, teabags, Union Jack and leather boots presumably purchased from an Adult store. 
The placement of Gilbert’s installation in a room of paintings that, in comparison, are decidedly unmodern and very unfashionable is deliberate. ‘Is it time to face Britain’s Imperial past?’, asks the promotional material for Artist and Empire. It’s a bold question, but what aspect of empire is Tate Britain setting out to confront? Last year, public reaction forced the Barbican Art Centre to cancel an exhibition bySouth African artist Brett Bailey which critiqued human zoos and slavery by placing black actors in chains, suggesting that we might not have the stomach for a face-to-face with the worst of Empire. Tate’s Artist and Empire won’t require any trigger warnings regarding upsetting content – there are no signs of concentration camps or mutilation. The impact of post-colonial indigenous Australian artist Judy Watson’s abstract series Our Bones/Hair/Skin in Your Collections resides mostly in the work’s title. Where violence against indigenous people does appear it takes metaphorical form, as in Edward Armitage’s 1858 response to the Indian Mutiny,Retribution, where Britannia – personified as a sword-wielding woman – justly slays an insurgent tiger over the corpse a child. What Artist and Empire confronts is artistic collusion with colonialism. For many, it was an aesthetic opportunity.  
The exhibition succeeds in showing that artists were a necessary tool of empire, rather than the critical thorn in its side we might expect when viewing colonialism from a retrospective standpoint. Taken as whole, it makes a case for the art of empire to be considered a genre in its own right. Artists mapped empire, and did so with extended artistic licence. They celebrated imperial heroics with large paintings of stoic men carrying the white man’s burden that visitors will expect. One such is John Everett Millais’ 1874 painting The North-West Passage, subtitled: ‘It might be done, and England should do it’. Artists capture empire’s rich stories; George Stubbs’ painting A Cheetah and a Stag with Two Indian Attendants depicts a Cheetah that was presented to George III in 1764 which took part in a stag hunt in Windsor Great Park, fled, and had to be recaptured by its handlers. Artists had an ethnographic role in documenting empire; paintings of Europeans proudly painted in indigenous attire from 1594 and 1842 show that such portraits were a genre which endured, little changed, for much of empire’s lifespan. And, ultimately, artists were to prove important in chronicling demise. As is often the case, the first signs of historical change appear in art and literature; curator Alison Smith points out how towards the turn of the 20th century paintings begin to turn towards the defeat. 
George Stubbs, A Cheetah and a Stag with Two Indian Attendants, c.1794George Stubbs, A Cheetah and a Stag with Two Indian Attendants, c.1794
It has been remarked that the British Empire has become ‘invisible’. More accurately, it hides in plain sight, something addressed by the contemporary artist Hew Locke, whose Restoration series features photographs of statues in Bristol. Locke has embellished the images loudly and crudely with gold coins, chains, shells and trade beads so as to render them violently unmissable. His subjects are carefully chosen: one of the statues is of Edward Colston, slave trader and Deputy of the Royal African Company whose trading monopoly made Bristol a thriving slave port. When considering empire as an invisible presence in Europe’s cities, it should be remembered that the Tate galleries were founded with money made by their 19th century sugar merchant patron. Artist and Empire considers what artists did for empire, and what empire did for art, and very the rooms that house it are not insignificant examples of the latter. 
Artist and Empire: Facing Britain’s Imperial Past is at Tate Britain, London until April 10th 2016.
Rhys Griffiths is editorial assistant at History Today

Fonte: History Today (01.12.2016)

NOTÍCIA: Exposição em Paris tenta desconstruir o mito Picasso

Fonte: Deutsche Welle - http://www.dw.com/pt/exposição-em-paris-tenta-desconstruir-o-mito-picasso/a-18773912
Autor: Fabien Jannic-Cherbonnel
Data: 12.10.2015

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Além das pinturas e esculturas, a própria figura do mestre espanhol também é alvo de fascinação. Nova mostra na capital francesa analisa o homem e o mito por meio de sua obra e dos muitos artistas que inspirou.
 


Escultura de Maurizio Cattelan retrata Picasso com seu famoso suéter listrado
De pinturas a esculturas e vídeos, do cubismo ao surrealismo – Pablo Picasso fez de tudo. Não é de se admirar que seus trabalhos tenham inspirado muitos artistas, como Andy Warhol e David Hockney. E o mestre espanhol também parece ser uma fonte infindável de inspiração para curadores ao redor do mundo.
Paris, onde Picasso viveu por alguns anos, tem um amor imortal pelo artista, promovendo todos os anos exposições sobre diferentes aspectos de sua carreira. A mais recente, Picasso.mania, está em cartaz no Grand Palais da capital francesa. A exposição, da qual uma das curadoras é a neta do artista, Diana Widmaier-Picasso, reúne quatrocentos trabalhos de 75 artistas, incluindo o próprio mestre.
A ideia, segundo Widmaier-Picasso, é destacar a influência duradoura do artista na própria arte, durante e após a sua vida. "Esta exposição nos permite compreender como os artistas veem o trabalho de Picasso", afirma. As 15 salas do Grand Palais estão organizadas por temas, com algumas das pinturas do mestre expostas ao lado das obras que influenciaram.
'Woman with Flowered Hat' de Roy Lichtenstein, de 1963, é uma das obras expostas no Grand Palais
Mas, o que faz de Picasso um personagem a quem o público não consegue resistir? Há, claro, o aspecto perturbador do trabalho do próprio Picasso: os primeiros anos na pintura cubista, o período de retratos na década de 1930 ou o período surrealista. Ele ofereceu a artistas diversos códigos artísticos, diz Emile Bouvard, curadora do Museu Picasso em Paris.
"Picasso iniciou muita coisa na arte durante o século 20", afirma Bouvard. "Por exemplo, foi o primeiro a fazer colagens ou montagens com objetos, no intuito de criar algo novo. Sua relação com os objetos foi assimilada pelos surrealistas e dadaístas."
Um exemplo seria obra Paint Trolley, de David Hockney, que está na exposição no Grand Palais e mostra claramente a influência do mestre espanhol no artista britânico.
Quando se trata de pintura, Picasso deixou muitas marcas, diz Bouvard. "Durante os anos 1980, artistas como Jean-Michel Basquiat ousaram retornar às pinturas e decidiram seguir Picasso e também responder a ele."
Personalidade
Cada parte da exposição explora um lado diferente da vida e do trabalho de Picasso. Uma das salas é inteiramente dedicada a Les Demoiselles D'Avignon, uma de suas pinturas mais famosas. Os curadores decidiram expor a obra Femme aux Mains Jointes, um estudo do artista sobre Les Demoiselles, acompanhado de reinterpretações de Faith Ringgold e Sigmar Polke.
Outra seção mostra trabalhos de cineastas como Jean-Luc Godard, Agnes Varda e Alfonso Cuarón, influenciados pelo corpo da obra do espanhol. "Para Godard e os demais, Picasso é um modelo", afirma a neta do artista. "Ele teve contato com o cinema bastante jovem. Ver os trabalhos de cineastas fazia sentido para ele, uma vez que eles também trabalhavam com movimento."
Entretanto, o que mais chama a atenção em todas as pinturas e esculturas reunidas no Grand Palais, é que, assim como o seu trabalho, o homem Picasso também é fonte de inspiração para outros artistas. A escultura de Maurizio Cattelan no início da exposição é uma espécie de tributo à figura de Picasso e seu famoso suéter listrado. "Há uma fascinação pelo homem", diz Bouvard.
Picasso em 1957
Após a morte de Picasso em 1973 e uma década de críticas apontando que o espanhol havia "perdido" seu talento, ele voltou a ser uma grande estrela. "Em 1979, houve uma exposição de Picasso no Grand Palais e a abertura do Museu Picasso", conta Bouvard. "A partir de então, vimos numerosas exposições sobre ele em todo o mundo. Desde então, continuamos a descobrir e redescobrir seus trabalhos."
Descontruindo o mito
Enquanto Picasso era coroado como o gênio do século 20, ele aos pouco se tornava um mito. Seu nome foi até utilizado, há dez anos, para vender automóveis da Citroen.
Obra do britânico Thomas Houseago, fortemente influenciado por Picasso, integra a mostra em Paris
Mas nem todos concordam com esse mito. O escultor Bernar Venet afirmou recentemente à revista francesa Télérama que escolheria Malevitch ou Duchamp a Picasso, descrevendo a "liberdade conceitual" deles como "amplamente removida" das pinturas de Picasso.
Longe de esconder isso, os curadores da "Picasso.mania" dizem que queriam mostrar artistas interagindo, respondendo e criticando Picasso. "No Museu Picasso, buscamos desconstruir o mito", diz Bouvard. "Queremos mostrar que Picasso era um artista com uma sensibilidade muito aguçada em relação ao que o cercava. Não acho que os mitos ainda existam. Com o acervo que temos, podemos desconstruir esse mito e a sua vida."
O que fica de Picasso para outros artistas é um mestre que sempre será fielmente lembrado, a partir do qual podem-se fazer tanto piadas quanto críticas. Numa das salas da exposição, está o famoso carro Xsara Picasso, da fábrica francesa Citroen – um trabalho de Bertrand Lavier intitulado Picasso Outremer, que brinca com a ideia de que o artista quase se tornou uma marca comercial.
"Conversei com [o artista americano] Bruce Nauman enquanto preparava a exposição", conta Widmaier-Picasso. "Ele me disse, com correção, que goste ou não dele, não há como evitá-lo."
Além das 60 mil pinturas e esculturas que produziu durante a vida, o espanhol deixou uma energia que inspira muitos. Segundo Widmaier-Picasso, ainda há muito mais a descobrir sobre a história do artista. "Ultimamente, o trabalho do final de sua vida tem ganhado destaque", conclui.

A mostra Picasso.mania fica em cartaz no Grand Palais de Paris até o dia 29 de fevereiro de 2016.

NOTÍCIA: Alemão e hollywoodiano

Fonte: História Viva - http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/lang_alemao_e_hollywoodiano.html

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Mostra em Brasília exibe versões em película de clássicos de Fritz Lang


Fritz Lang (1890-1976) não foi apenas um dos mais importantes nomes do expressionismo alemão no cinema; também trabalhou em Hollywood, tendo exercido influência duradoura sobre diretores americanos e europeus. Sua filmografia vai da ficção científica ao faroeste, passando por filmes policiais e dramas.

Ativo como diretor, roteirista e ator entre 1917 e 1963, sua obra será revista na retrospectiva O horror está no horizonte, promovida em agosto pelo Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Todos os filmes dirigidos por Lang, em versões restauradas em película, serão exibidos, incluindo os clássicos do período alemão Metropolis (1927) e M, o vampiro de Dusseldorf (1931) e produções hollywoodianas como Fúria (1936) e Os corruptos (1953).


Serviço:

FRITZ LANG – O HORROR ESTÁ NO HORIZONTE.

ONDE: Cine Brasília, Rua Eqs 106/107, s/nº, Asa Sul, Brasília, DF.
QUANDO: confira horários e programação completa no site do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Até 27 de agosto.
QUANTO: R$ 6.
CONTATO: (61) 3108-7600. http://culturabancodobrasil.com.br/portal/distrito-federal.

NOTÍCIA: A crônica visual do Rio oitocentista

Local: História Viva
Autor: -
Data: -/ -/ 2015.
Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/a_cronica_visual_do_rio_oitocentista.html

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Até 3 de maio, Centro Cultural Correios expõe 120 aquarelas de Debret que ilustram o Rio de Janeiro do século XIX

Barbeiros ambulantes, aquarela, Jean Baptiste Debret, 1826
Os Museus Castro Maya, localizados nos bairros cariocas de Santa Teresa e Alto da Boa Vista, possuem alguns dos mais completos acervos das obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), o francês que viveu por 15 anos no Rio de Janeiro – onde fundou uma escola de belas-artes e foi nomeado o pintor oficial da corte. Mas a coleção Castro Maya é pouco vista pelo público: apenas uma fração dos quadros se encontra em exposição regular.

Como parte das comemorações dos 450 anos da fundação da cidade, o Centro Cultural Correios reúne 120 aquarelas de Debret, que produziu algumas das mais icônicas imagens do Rio no século XIX. “Os desenhos e as gravuras eram a única forma de as pessoas conhecerem lugares distantes, e os europeus tinham muita curiosidade por esses locais exóticos do Novo Mundo, como o Brasil”, diz Anna Paola Baptista, curadora da exposição. “Debret é o cronista maior da vida brasileira na primeira metade do século XIX. Ele acompanhou e documentou visualmente o início do Brasil como nação independente, e especialmente o Rio de Janeiro.”

Depois da queda de Napoleão Bonaparte, Debret aceitou o convite de D. João para integrar a missão artística que viria ao Brasil e criar uma escola de belas-artes. A morte do único filho, aos 19 anos de idade, também contribuiu para a decisão de Debret de deixar a França. Instalado no Rio em 1817, retratou o cotidiano e os costumes dos cariocas.

O dia a dia nas praças, mercados e no cais do porto, a negociação de escravos no centro, e a movimentação dos cidadãos nas ruas. Pintou também ocasiões históricas, como a aclamação do Dom João VI, a ascensão de D. Pedro I com a proclamação da independência, em 1822, a chegada de D. Leopoldina e a coroação de D. Pedro II, em 1831. Pouco depois, Debret retornaria à França, onde editaria o livro Viagem histórica e pitoresca ao Brasil, compilando sua visão do país.

A importância do artista, responsável por apresentar o Brasil à Europa, se tornaria crucial também no país que retratou. “Ele se tornou um cronista do nosso passado. Nós passamos a imaginar o Rio do início do século XIX por meio das gravuras de Debret. Seus desenhos ilustram há gerações os livros didáticos de história do Brasil”, completa a curadora.

Serviço

O RIO DE JANEIRO DE DEBRET.

ONDE: Centro Cultural Correios, rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, Rio de Janeiro (RJ).

QUANDO: De terça-feira a domingo, das 12h às 19h. Até 3 de maio.

QUANTO: Entrada franca.

CONTATO: (21) 2253-1580.

SITE: http://www.correios.com.br/sobre-correios/educacao-e-cultura/centros-e-espacos-culturais-dos-correios/centro-cultural-rio-de-janeiro.