Relação orientador-orientando. O conhecimento multiplicador

RESUMO: O artigo resgata a essência da relação orientador-orientado como núcleo de sustentação de um programa de pós-graduação senso estrito e suas influências e implicações no processo atual de formação dos pesquisadores.
Descritores : Relações Interpessoais. Mentores. Educação de Pós-Graduação.


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Como fazer um projeto de pesquisa em História?

      Um projeto de pesquisa em História apresenta alguns itens fundamentais para sua elaboração. A despeito de pequenas diferenças exigidas por algumas instituições de fomento à pesquisa, departamentos de História e programas de iniciação científica e pós-graduação nas Universidades, eles devem apresentar obrigatoriamente:
a)       Capa com o nome da Instituição, nome do Autor do projeto de pesquisa e o Título da pesquisa, que deve ser claro e conciso, especificando o objeto a ser estudado e, a critério do autor, indicando o objeto a ser estudado, os recortes geográfico e temporal;
b)      Sumário: contendo os tópicos do projeto;
c)       Introdução: também concisa, de uma a duas páginas, apresentando objetivamente o objeto de estudo, situando o tema do trabalho a ser realizado, justificando o recorte temporal e espacial adotados. É preciso também fazer a justificativa do trabalho, que consiste em realizar uma pequena digressão acerca do estado em que se encontra face a historiografia a respeito de seu objeto: ele foi pouco contemplado, muito contemplado, é inédito?;
d)      Discussão bibliográfica: não exaustiva, que situe apenas autores e obras fundamentais, relacionados com a linha historiográfica à qual a pesquisa se vincula. Deve-se abordar a literatura sobre o tema evitando-se apresentar resumos ou divagações genéricas sobre as obras, mas relacionando-as de acordo com conceitos ou temáticas vinculadas ao projeto. Dar preferência aos autores clássicos, aos especialistas na área e aos trabalhos importantes e conhecidos. Não há a necessidade de se retornar aos autores da Antigüidade ou da Idade Média que trataram do tema. Evitar o uso de adjetivos. A discussão bibliográfica demonstra o domínio que o proponente tem da historiografia, evidencia a segurança em problematizar seu objeto de estudo e a capacidade de dialogar com os autores no sentido de avançar ou realizar uma contribuição significativa em relação aos estudos já existentes;
e)       Objetivos da pesquisa: não existe obrigatoriedade em separar objetivos principais e objetivos secundários. Muitas vezes objetivos que eram, inicialmente, secundários tornam-se fundamentais. É mais fácil indicar quais as metas a serem atingidas (uma, duas, três, nunca várias, pois essa excessiva ampliação dos objetivos coloca em risco a profundidade analítica). Seguindo as digressões realizadas no balanço bibliográfico realizado anteriormente, deve-se agora pontuar o que se deseja atingir com a pesquisa, mostrando qual ou quais as hipóteses que norteiam o trabalho. Estas podem ser propostas de forma afirmativa ou sob interrogações. Para projetos de doutorado exige-se que a(s) hipótese(s) contenha(m) certa originalidade. Demais trabalhos não precisam de hipóteses originais, basta amparar-se naquelas existentes nas obras já consagradas ao tem;
f)        Metodologia: nesse espaço, deve-se apontar quais serão as etapas do trabalho e a maneira como se conduzirá a pesquisa; abordagem, referenciais teórico-conceituais. Que tipo de pesquisa se pretende fazer: História Oral? História Cultural? História Econômica? Qual o domínio a ser explorado? História da Igreja? História Urbana? O proponente deve deixar claro em que campo da História inscreve sua pesquisa.  É de bom tom indicar qual ou quais os conceitos que serão utilizados na análise a ser realizada e também revelar qual o tratamento que será dispensado as fontes, como e onde serão coletadas e quais as formas de análise pretendidas.;
g) FontesDevem ser elencadas, manuscritas, impressas, orais, iconográficas? Deve-se relacioná-las, bem como a instituição em que se encontram. 
h)       Cronograma: geralmente apresentado sob a forma de um quadro em que se apontam os meses de duração da pesquisa e as atividades a serem desenvolvidas durante esta, a saber, levantamento bibliográfico, confecção do projeto de pesquisa definitiva, fichamento e análise da bibliografia, levantamento das fontes, coleta e sistematização das fontes, análise do material levantado, redação do texto, correções ao texto e sua redação final, entrega, etc.;
i)       Referências Bibliográficas: e não bibliografia, bibliografia é o que foi lido, referências são o universo de obras relacionadas com a pesquisa. Devem reunir a literatura produzida a respeito do tema e, se possível, abarcar artigos em periódicos e dissertações ou teses que tenham sido produzidos recentemente – indício de atenção por parte do pesquisador, ao acompanhar o estado dos estudos sobre seu tema. Não se deve incluir tudo que já foi lido na vida, menos ainda obras muito dissonantes em relação ao campo de estudos. É de bom tom separar os textos de acordo com sua natureza: fontes impressas, dissertações e teses, artigos em periódicos, revistas e obras publicadas.

Dicas para a redação do projeto de pesquisa em História


A redação do projeto de pesquisa apresenta uma narrativa marcada por três vozes fundamentais que não devem se confundir, pois marcam falas específicas, a saber:
a)       a fala das fontes (dos documentos)
b)      a fala da bibliografia (utilizada de duas formas: em citações diretas ou em paráfrases realizadas pelo autor da monografia)
c)       a fala do próprio autor (a sua)
Vale lembrar que essas três falas precisam ser bem demarcadas para o leitor. É muito freqüente que o uso excessivo de paráfrases acabe obscurecendo a análise do autor, empobrecendo sua abordagem. É imprescindível que apareça a voz do autor, suas considerações pessoais, suas análises, enfim, sua argumentação diante da bibliografia e das fontes utilizadas.
Recomendo que a voz da documentação apareça sempre da forma direta, como citações. A paráfrase do conteúdo de documentos ou entrevistas dá margem a dúvidas e objeções, em particular, relacionadas com a questão da fidelidade àquilo que teria, verdadeiramente, sido expresso pela fonte.
A fala da bibliografia deve atentar para a conveniência ou não das citações. Deve-se evitar o excesso de citações, muitas vezes desnecessárias. Devem ser econômicas, precisas. Também não é muito apropriado o uso de autores de linhas teóricas distintas, a fim de se evitar ecletismo. Recomenda-se utilizar a voz de autores vinculados a uma mesma temática, com abordagens semelhantes ou complementares. No tocante às paráfrases, é fundamental a remissão em rodapé do trecho ou da obra analisada. Todo crédito deve ser dado ao verdadeiro autor do trecho citado. É preciso ainda se preocupar em não exagerar no uso da argumentação dos autores utilizados para não se incorrer em plágio.
A fala do autor (narrador) é sempre a mais importante. Ele é o condutor da narrativa, que integra as demais falas ao texto. Cabe à essa voz o papel preponderante de conduzir o leitor no texto, realizando as análises, efetivando a autoria. O texto é polifônico, mas alguém o escreveu e este deve aparecer.
Outro aspecto importante está relacionado ao uso dos tempos verbais. E também qual pessoa deve ser utilizada na redação do texto. Já não se emprega mais a primeira pessoa do plural (nós), o eu majestático: realizamos, obtivemos, analisamos, descobrimos... Recomendo a redação na terceira pessoa do singular, ou seja, mantendo-se uma distinção entre o autor e os personagens, temas e demais vozes do texto. Exemplo: a fonte revela, o autor esclarece.  Na maior parte do tempo, isso significará ainda a indeterminação do sujeito na frase. Exemplo: Pensa-se, acredita-se, etc. Alguns autores e orientadores ainda recomendam o uso da primeira pessoa do singular (acredito, concluo, percebo, etc), portanto existe a possibilidade de escolha entre uma ou outra posição.
Quando se apresenta a voz da bibliografia, deve-se utilizar sempre o verbo no presente, mesmo se o autor do texto já tenha morrido. Assim, Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas revela na página tal... Do mesmo modo será com a fala da documentação: a Carta de Caminha diz, na folha 3... Isso ocorre porque você manuseia a fonte e o documento no presente, mesmo que ele seja uma entrevista ou depoimento oral, ou seja, embora a fonte oral tenha sido capturada no passado, o uso dela ocorre no presente.
Por fim, a voz do autor do projeto, conduzida na terceira pessoa do singular, poderá utilizar-se de verbos no pretérito e do presente, evitando-se o futuro (a menos que esteja escrevendo história contra-factual). Lembro, novamente, que alguns optam pelo uso da primeira pessoa do singular. Os verbos no passado serão utilizados sempre que se referirem a fatos ou aspectos ocorridos anteriormente ao ano em que redige o texto. Assim, p. ex.: O presidente Lula, durante o Ato da Posse, deixou seus óculos caírem. Quanto às análises, explicações ou interpretações, elas permitem o uso do pretérito, mas o mais adequado é o uso do presente, visto ser o momento em que o texto é redigido. Quando a abordagem se refere a uma análise de fatos ocorridos no passado o correto e manter o tempo verbal no pretérito. Assim: o deputado João Alves na CPI das Loterias revelou ter sido muito ajudado por Deus, e, desse modo, mascarou (e não mascara) seu esquema de lavagem de dinheiro.
Observação final. O uso do gerúndio não somente deve ser evitado, mas combatido. Construções do tipo: vou estar analisando, continuam permitindo, estavam modificando, obrigatoriamente precisam ser substituídas por analisarei, permitem, modificavam, respectivamente. 

Fonte: Julio Bentivoglio - Teoria da História, Historiografia e afins.

Cultura histórica, com Júlio Bentivoglio e Sérgio da Mata

I Seminário de História e Cultura: Historiografia e Teoria da História
Dias: 24, 25, 26 e 27 de junho de 2013
Universidade Federal de Uberlândia

Realização: Programa de Pós-graduação em História, linha História e Cultura

Mesa de abertura: "Cultura histórica"
Prof. Dr. Júlio Bentivoglio (UFES)
Prof. Dr. Sérgio da Mata (UFOP)
Coord.: Prof. Dr. Adalberto Paranhos (UFU)

CineHistória: The Untold History of the US, por Oliver Stone

 'Primeiro eles roubam as palavras,
depois eles roubam o significado.
George Orwell, 1984


 História, cinema político e o nome de Oliver Stone andam lado a lado. O tema central dos seus filmes é a política, seja em escala global ou sobre a política doméstica dos EUA. Em suas aventuras pela história, o forte do diretor é definitivamente a política contemporânea (o fracasso da história de Alexandre, o Grande deixa isto bem claro).  Crítico mordaz da política neoconservadora belicista republicana e dos poderes econômicos privados, Stone conseguiu produzir em suas obras algumas das imagens mais poéticas e reflexivas sobre a violência, os horrores e consequências da guerra, a corrupção na alta cúpula do governo e, acima de tudo, há uma forte denúncia dos efeitos da ideologia de controle do establishment sobre a sociedade e os indivíduos. Apesar da indisposição de longa data com o partido republicano, Stone também critica a campanha e o governo de Obama, fazendo um grande percurso de continuidade onde Wall Street é mostrada como o verdadeiro governo por trás do governo, como é visto no último capítulo da série.

 Filmografia de Stone como diretor:
  • Snowden (2015)
  • Mi Amigo Hugo (2015)
  • Savages (2012)
  • Wall Street: Money Never Sleeps (2010)
  • South of the Border (2009)
  • W. (2008)
  • World Trade Center (2006)
  •  Looking for Fidel (2004)
  • Alexander (2004)
  • Any Given Sunday (1999)
  • U Turn (1997)
  • Nixon (1995)
  • Natural Born Killers (1994)
  • Heaven & Earth (1993)
  • JFK (1991)
  • The Doors (1991)
  • Born of the Fourth of July (1989)
  • Talk Radio (1988)
  • Wall Street (1987)
  • Platton (1986)
  • Salvador (1986)
  • The Hand (1981)
  • Madman of Martinique (1979, curta)
  • Seizure (1974)
  • Last Year in Vietnam (1971, curta)
Após dois Oscar de melhor diretor por Platoon e Nascido em Quatro de Julho, Stone aposta na linguagem de documentário para analisar, através de recortes jornalísticos e uma narrativa poderosa, o contexto político que levou à invasão do Iraque e como esta afetou os EUA e o mundo.  A História Não Contada dos Estados Unidos é um projeto de 12 capítulos exibido pelo canal Showtime entre 2012 e 2013. O argumento orientador do trabalho é fornecer uma interpretação histórica crítica que  vá no contrapelo da história oficial, apontando e informações governamentais interesses ocultos que desmentem a história oficial e denunciam a manipulação sofrida pelas massas por parte das agencias de governo e grande mídia.

Em grande medida, se forem comparadas os temas dos episódios do documentário com a filmografia acima, percebe-se que se trata de uma história contemporânea e de uma antologia dos temas abordados pelos filmes do diretor. A maestria de Stone está em costurar a narrativa da "história não contada dos EUA" com citações de Orwell e Voltaire e trechos de filmes dos mais variados tipos e períodos. Ao citar uma variada filmografia, Stone constrói, para além de uma história dos EUA, uma história do cinema (e do cinema político. Abaixo uma lista dos filmes usados pelo diretor no documentário:

A série é complementada por uma livro de750 páginas escrito por Stone e Peter Kuznick, professor de história contemporânea da American University (Washington) . Abaixo é possível acessar o audiobook:

 


Concordando ou não com a visão de Stone, o documentário é, como gostam de dizer os anglófonos, food for thought. Não somente a respeito do conteúdo, mas também (e principalmente para os historiadores) acerca  das discussões acerca das possibilidades, dos meios e dos produtores de conhecimento histórico.

Segue a lista de episódios, sendo que alguns estão disponíveis online (link no título):

Introduções:
Primeira Temporada:

Mirante tem sessão de nostalgia com exibição do clássico 'Os Garotos Perdidos'

Evento acontece no sábado, 5 de março, e tem entrada Catraca Livre

foto: Marcelo Paixão
 No sábado, 5 de março, o projeto Cine Phenomena retorna ao Mirante 9 de Julho com exibição gratuita do filme Os Garotos Perdidos, clássico teen do terror dos anos 80. A sessão acontece às 19h mas antes, às 16h, rola discotecagem dos integrantes do selo Factus Records e convidados.

O filme estadunidense foi dirigido por Joel Schumacher e tem no elenco nomes como Dianne Wiest, Jason Patric, Corey Haim, Jami Gertz, Kiefer Sutherland.

Mostra 80 anos José Mojica Marins

 

Para comemorar os 80 anos do cineasta José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão, a Cinemateca Brasileira traz uma mostra que exibe 20 filmes – entre clássicos e raridades – do diretor que é um dos mais subestimados da história do cinema brasileiro. Destaque para três exibições na tela externa da Cinemateca: Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (no dia 12 de março), O Despertar da Besta (26/03), e Quando os Deuses Adormecem (02/04).

Confira a programação completa com sinopses:

10/03 Quinta
SALA BNDES
19h30 O Estranho Mundo de Zé do Caixão, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Osvaldo de Souza, Nidi Reis e Nivaldo de Lima
São Paulo, 1968, pb, 35mm, 76’ | exibição em 35mm
Zé do Caixão desfia sua filosofia doentia e introduz três contos de horror. Em O Fabricante de Bonecas, marginais invadem a casa de um velhinho e descobrem o segredo da confecção de suas bonecas, cujo principal detalhe são os olhos realistas. Em Tara, um pobre vendedor de balões fica obcecado por uma garota que ele segue nas ruas, só conseguindo possuí-la após sua morte. Em Ideologia, um excêntrico professor enfrenta um rival e tenta provar que o instinto prevalece sobre a razão, com fortes doses de canibalismo e sadomasoquismo.


11/03 Sexta
SALA BNDES
19h Exorcismo Negro, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Jofre Soares, Ariane Arantes, Walter Stuart
São Paulo, 1974, cor, 35mm, 100’ | exibição em 35mm
Após uma entrevista na qual nega a existência de Zé do Caixão, o cineasta José Mojica Marins parte em férias para a casa de campo de um amigo. Lá reencontra Álvaro, sua esposa Lúcia, e as três filhas, e fica sabendo que Wilma, a mais velha, está noiva de Carlos. Logo, fenômenos sobrenaturais passam a se manifestar na casa e Mojica descobre que Wilma fora prometida ao diabo, numa missa negra conduzida por ninguém menos que Zé do Caixão! Ele fica chocado ao contemplar a existência em carne e osso de seu personagem, acontecendo o inevitável confronto entre criador e criatura.
21h À Meia Noite Levarei sua Alma, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Magda Mei, Nivaldo de Lima, Valéria Vasquez
São Paulo, 1964, pb, 35mm, 81’| exibição em 35mm
O cruel e sádico coveiro Zé do Caixão - temido e odiado pelos moradores de uma cidadezinha do interior - é obcecado em gerar o filho perfeito, que possa dar-lhe a continuidade de seu sangue. Sua esposa não pode engravidar e ele acredita que a namorada de seu amigo seja a mulher ideal que procura. Após ser violentada por Zé, a moça jura cometer suicídio para retornar dos mortos e levar a alma daquele que a desgraçou.

12/03 Sábado
SALA BNDES
19h A Estranha Hospedaria dos Prazeres, de Marcelo Motta
Com: José Mojica Marins, Rosalvo Caçador, Marizeth Baumgarten e Luzia Zaracausca
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 81’ | exibição em 35mm
Durante uma noite de tempestade várias pessoas se abrigam numa estranha hospedaria de estrada - um casal de noivos, três industriais, um grupo de motoqueiros, um gigolô, uma adúltera, entre outros; revelam seus problemas afetivos e sexuais e descobrem que o local se encontra no além, destinada a abrigar os que partiram desta vida e não alcançaram o estado da graça.
ÁREA EXTERNA
21h Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Roque Rodrigues, Nádia Tell, William Morgan, Tina Wohlers,
São Paulo, 1966, cor/pb, 108’ | exibição em HDCam
Zé do Caixão tenta encontrar, através de provas de sadismo, a donzela que será a mãe de seu filho, indispondo-se contra a população, sonhando com o Inferno e morrendo vingado pelas vítimas de seus crimes.

13/03 Domingo
SALA BNDES
18h Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro, de José Mojica Marins
Com: Roque Rodrigues, Rosângela Maldonado, Andréa Bryan
São Paulo, 1971, pb, 35mm, 83’ | exibição em 35mm
Uma gangue de marginais organiza uma expedição às selvas amazônicas em busca de um tesouro perdido. Aos poucos os integrantes da expedição entram em conflito por causa de ouro e mulheres, matando-se uns aos outros.
20h Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Jece Valadão, Adriano Stuart, Milhem Cortaz
São Paulo, 2008, cor, 35mm, 93’ I exibição em 35mm
Após quarenta anos preso numa cela para doentes mentais, Zé do Caixão é finalmente libertado. Novamente em contato com as ruas, o sádico coveiro recebe ajuda do corcunda Bruno e de outros seguidores para cumprir a mesma meta que o levou preso: encontrar a mulher que possa lhe gerar um filho perfeito. Enquanto não é encontrado pelos inimigos, ele segue seu caminho pela cidade de São Paulo, deixando um rastro de horror.

17/03 Quinta
SALA BNDES
18h D’Gajão Mata Para Vingar, de José Mojica Marins
Com: Walter Portella, Ana Nielsen, Eddio Smâncio, Grancinda Freire
São Paulo, 1971, cor, 35mm, 93’|exibição em 35 mm
Num acampamento cigano, D’Gajão e Nadja celebram seu casamento. Perto dali o capataz Justino tenta seduzir a filha de seu patrão, mas a moça morre ao bater a cabeça numa pedra. Justino culpa os ciganos pela morte, comandando um massacre no acampamento. O único sobrevivente é D’Gajão, que persegue os bandidos numa vingança insaciável, tentando salvar sua noiva, raptada pelo inescrupuloso fazendeiro.
 
20h Meu Destino em suas Mãos, de José Mojica Marins
Com: Franquito, Alvino Cassiano, Nilton Batista, Delmo Demarcos
São Paulo, 1963, pb, 35mm, 80’| exibição em 16mm
O drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem a pé pelas estradas, acompanhados apenas pelo violão e pela cantoria de Carlito, o mais velho deles.

18/03 Sexta
SALA BNDES
19h Inferno Carnal, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Luely Russo, Osvaldo de Souza, Helena Ramos
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 85’ | exibição em 35mm
Jorge é um cientista. Raquel, sua mulher, tem um amante, Oliver, e, para viver com ele em liberdade, atira no marido um vidro de ácido. Enquanto ele se recupera no hospital, Raquel e Oliver gastam a fortuna do cientista. Após meses hospitalizado, o Dr. George volta para casa com um sombrio plano de vingança em mente.
 
21h Delírios de um Anormal, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins (dublado por João Paulo Ramalho), Jorge Peres, Magna Miller
São Paulo, 1978, cor/pb, 35mm, 86’ | exibição em 35mm
Um psiquiatra, obcecado pela figura de Zé do Caixão, passa a ter delírios nos quais sua esposa é raptada pela malévola criatura. José Mojica Marins, criador do personagem, procura auxiliá-lo e, por meio de hipnotismo, provoca uma luta ferrenha entre as forças do mal e do bem.

19/03 Sábado

SALA BNDES
17h Mundo Mercado do Sexo, de José Mojica Marins,
Com: José Mojica Marins, Barbara Prado, David Hungaro, Marly Palauro
São Paulo, 1977-78, cor, 35mm, 81’| exibição em 35mm
Na véspera de Natal, Mauro – repórter de um grande jornal – tem 24 horas para encontrar uma manchete para a primeira página. Ele sai então pelas ruas à procura de uma grande notícia, mas sem sucesso ao desespero. Enquanto isso, sua esposa em casa precisa urgentemente de dinheiro para socorrer o filho atropelado, e vai buscar ajuda com o editor do jornal. Enquanto procura uma manchete, o repórter nem imagina que ele próprio será notícia no dia seguinte.
 
19h Demônios e Maravilhas – O Diabólico Reino de Zé do Caixão, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Nilcemar Layart, Satã, Lírio Bertelli, Carmem Marins
São Paulo, 1978-1994, cor, 16mm, 50’ | exibição em 35mm
Anunciado como um “registro biográfico da luta do criador para manter a sua criação com cenas reais e cenas adaptadas cinematograficamente”, neste documentário Mojica recria fatos decisivos em sua vida, como sua prisão arbitrária, seu problema com alcoolismo e até sua suposta morte por alguns minutos. A segunda parte desta cinebiografia de Mojica intitula-se “Alucinação Macabra”, ainda incompleto.
 
20h20 Exorcismo Negro

20/03 Domingo
SALA BNDES
18h A Virgem e o Machão, de J. Avelar
Com: Aurélio Tomassini, Esperança Villanueva, Walter C. Portella
São Paulo, 1973, cor, 35mm, 90’| exibição em 35mm
Numa cidadezinha do interior, um médico recém-chegado - orgulhoso de seu talento para conquistar as mulheres - aceita o desafio de tentar derreter a prostituta mais fria da cidade: Maria Sorvete, mais interessada em chupar um picolé do que fazer sexo. Quando descobrem o jogo de seus maridos, as mulheres traídas decidem dar o troco, apostando qual delas conseguirá conquistar primeiro o médico machão.
 
20h Como Consolar Viúvas, de J. Avelar.
Com: Vic Barone, Vosmarline, Zélia Diniz, Lorenia Machado, Walter Portella
São Paulo, 1976, cor, 35mm, 93’ | exibição em 35mm
Aquiles d’Almeida Torres é um ator espertalhão que vive de dar golpes. Ao ver no jornal que três empresários milionários desapareceram há seis meses num acidente aéreo, ele arquiteta um novo plano para ficar rico. Com a ajuda do mordomo Vitório e de seus próprios talentos dramáticos, ele se passa pelos falecidos maridos e tira proveito das três viúvas solitárias. Sedentas por sexo, as mulheres não resistem e se entregam aos supostos fantasmas, apesar da vigilância constante da severa Tia Dadá.

24/03 Quinta
SALA BNDES
18h O Estranho Mundo de Zé do Caixão
 
20h A Mulher que põe a Pomba no ar, de José Mojica Marins
Com: Rosângela Maldonado, Luandy Maldonado, Marta Lupiani, Tereza Rodrigues
São Paulo, 1978, cor, 35mm, 86’| exibição em Betacam digital
Após ser traída pelo marido, uma cientista se vinga desenvolvendo uma fórmula que transforma seres humanos em criaturas voadoras. Ela utiliza duas garotas como cobaia de sua invenção, tornando-as em mulheres-pombas, que voam pela noite, atacando e matando homens adúlteros. Porém a cientista se apaixona pelo homem encarregado da investigação dos assassinatos, permitindo que ele destrua sua invenção.

25/03 Sexta
SALA BNDES
19h A Estranha Hospedaria dos Prazeres
 
21h Trilogia do Terror, de José Mojica Marins, Luís Sergio Person e Ozualdo Candeias
São Paulo, 1968, pb, 35mm, 102’ | exibição em 35mm
Compilado de três episódios macabros realizados por três cineastas: Pesadelo macabro, de José Mojica Marins, Procissão dos mortos, de Luís Sergio Person e O acordo, de Ozualdo Candeias.

26/03 Sábado
SALA BNDES
 
19h Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro
 
ÁREA EXTERNA
21h O Despertar da Besta (O Ritual dos Sádicos), de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias Andréa Bryan
São Paulo, 1969, cor e pb, 35mm, 92’ | exibição em 35mm
Um psiquiatra injeta LSD em quatro voluntários para estudar os efeitos do tóxico sob a influência da imagem de Zé do Caixão. O personagem aparece de maneira diferente nos delírios psicodélicos de cada um, misturando sexo, perversão e sadismo.
Classificação indicativa 16 anos.

27/03 Domingo
SALA BNDES
18h Mundo Mercado do Sexo
20h A Mulher que põe a Pomba no ar


31/03 Quinta
SALA BNDES
18h O Despertar da Besta (O Ritual dos Sádicos)
20h Inferno Carnal


01/04 Sexta
SALA BNDES
19h À Meia Noite Levarei sua Alma
21h Esta Noite Encarnarei no seu Cadáver


02/04 Sábado
SALA BNDES
19h Finis Hominis, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Tereza Sodré, Carlos Reichenbach, Claudia Tucci
São Paulo, 1971, cor, 35mm, 89’ |exibição digital
Um homem completamente nu emerge do mar e caminha tranquilamente pelas ruas da cidade, interferindo de várias maneiras em episódios cotidianos, sempre em busca de justiça. Assumindo o nome Finis Hominis, ele é tido pela população como um messias moderno, capaz de operar milagres. Uma mulher adúltera e um marido traído - ambos salvos por Finis - são seus maiores seguidores, ao lado de um bando de hippies.
 
ÁREA EXTERNA
21h Quando os Deuses Adormecem, de José Mojica Marins
Com: José Mojica Marins, Andréa Bryan, Amires Paranhos, Sabrina Marquezine,
São Paulo, 1970-2, cor/pb, 35mm, 82’| exibição em 35mm
Quando os deuses se recolhem para um repouso, as forças do mal aproveitam para subjugar a terra. É a deixa para que Finis sinta a necessidade de sair mais uma vez do hospital para pôr ordem nas ruas. Ele interfere em episódios isolados, sempre promovendo a paz e desmascarando charlatões. Paralelamente, há o drama do hospício prestes a fechar as portas por não estar recebendo os cheques de um benfeitor anônimo.

03/04 Domingo
SALA BNDES
18h O Estranho Mundo de Zé do Caixão
20h Encarnação do Demônio


Fonte: Time Out São Paulo

How Donald Trump Answers a Question

Um estudo interessante de linguística e retórica aplicada ao discurso presidencial de Donald Trump.

Conan O'Brien conversa com biógrafos: A. Scott Berg

Berg nasceu em Norwalk, Connecticut (1949) em uma família judia e desenvolveu logo na juventude fascinação pela escrita e por F. Scott Fitzgerald. Ingressou na Princeton University em 1967 e em 1971 decidiu transformar sua tese de graduação sobre a carreira de Maxwell Perkins em um estudo biográfico, o qual foi publicado em 1978 como Max Perkins: Editor of Genius e ganhou o National Book Award in Biography. Em 1982 ganhou um Guggenheim Fellowship, verba que investiu na pesquisa sobre a vida do produtor de filmes independentes Samuel Goldwyn, publicado com o título de Goldwyn: A Biography em 1989. Sua próxima biografia foi a do aviador Charler Lindberg, publicado em 1998 com enorme sucesso que resultou na compra dos direitos por Steven Spielberg e no ganho do prêmio Pulitzer para Biografia e Autobiografia.

Seu próximo trabalho, Kate Remembered (2003), relatou sua amizade de 20 anos com a atriz Katharine Hepburn, cuja recepção pela crítica foi ambígua. Em 2000, Berg iniciou sua pesquisa sobre o presidente Woodrow Wilson, publicado em 2013.

Berg também escreveu o roteiro de Making Love (1982), o primeiro filme produzido por um grande estúdio sobre o amor homossexual, e também participou do documentário Directed By William Wyler, para o qual entrevistou Bette Davis, Audrey Hepburn, Laurence Olivier e Barbra Streisand. Ele também colabora para revistas como Architectual Digest e Vanity Fair.


Conan O'Brien conversa com biográfos: Edmund Morris

Reconhecido como um dos mais produtivos biógrafos presidenciais, Morris nasceu em 1940 no Quênia e recebeu sua primeira educação, marcada por influências britânicas, na sua terra natal. Iniciou estudos de música, arte e literatura na Rhodes University (África do Sul), da qual desistiu em 1961. Em 1966 ele se muda para Londres e começa a trabalhar em uma agência de publicidade. Em 1968 se muda para os EUA, onde começa sua carreira de escritor. Seu primeiro livro, The Rise of Theodore Roosevelt, ganhou o Prêmio Pulitzer de Biografia ou Autobiografia.

O impacto da leitura do livro sobre o então recém-eleito Ronald Reagan fez que com Morris fosse eleito o biografo oficial do novo presidente num contrato de 3 milhões de dólares. A pesquisa para o livro durou quatorze anos, o qual foi finalmente publicado em 1999 com o título Dutch: A Memoir of Ronald Reagan. Apesar de ter chegado ao segundo lugar na lista de best-sellers do New York Times e recebido a aprovação da família Reagan, a obra sofreu inúmeras críticas. O próximo livro de Morris foi publicado em 2002, sendo um retrato da presidência de Theodore Roosevelt entre 1901 e 1909. O livro, intitulado Theodore Rex, ganhou o prêmio de biografia do Los Angeles Times e foi seguido por Beethoven: The Universal Composer (2006). O último livro da trilogia Roosevelt, Colonel Roosevelt, foi lançado em 2010 e recebido com entusiasmo. O último trabalho de Morris foi uma coleção autobiográfica chamada This Living Hand and Other Essays (2012). A autor anunciou que está trabalhando na biografia de Thomas Edson no momento. Além das obras, Morris é correspondente de viagem e artes para o The New Yorker, The New York Times e Harper's Magazine.

5 regras ridículas de etiqueta vitoriana

Poucas coisas mostram como os tempos mudam como as regras de sociabilidade... E para os historiadores, poucas coisas denunciam os valores de uma comunidade, portanto não diria que são ridículas mas sim vestígios do funcionamento social ou então, no mínimo, um testemunho de como a percepção do que é importante muda.