Um projeto de
pesquisa em História apresenta alguns itens fundamentais para sua elaboração. A despeito de
pequenas diferenças exigidas por algumas instituições de fomento à pesquisa,
departamentos de História e programas de iniciação científica e pós-graduação
nas Universidades, eles devem apresentar obrigatoriamente:
a)
Capa com o nome da
Instituição, nome do Autor do projeto de pesquisa e o Título da
pesquisa, que deve ser claro e conciso, especificando o objeto a ser
estudado e, a critério do autor, indicando o objeto a ser estudado, os recortes geográfico e temporal;
b)
Sumário:
contendo os tópicos do projeto;
c)
Introdução:
também concisa, de uma a duas páginas, apresentando objetivamente o objeto de
estudo, situando o tema do trabalho a ser realizado, justificando o recorte
temporal e espacial adotados. É preciso também fazer a justificativa do
trabalho, que consiste em realizar uma pequena digressão acerca do estado em
que se encontra face a historiografia a respeito de seu objeto: ele foi pouco
contemplado, muito contemplado, é inédito?;
d)
Discussão bibliográfica:
não exaustiva, que situe apenas autores e obras fundamentais, relacionados com
a linha historiográfica à qual a pesquisa se vincula. Deve-se abordar a
literatura sobre o tema evitando-se apresentar resumos ou divagações genéricas
sobre as obras, mas relacionando-as de acordo com conceitos ou temáticas
vinculadas ao projeto. Dar preferência aos autores clássicos, aos especialistas
na área e aos trabalhos importantes e conhecidos. Não há a necessidade de se retornar aos
autores da Antigüidade ou da Idade Média que trataram do tema. Evitar o uso
de adjetivos. A discussão bibliográfica demonstra o domínio que o
proponente tem da historiografia, evidencia a segurança em problematizar seu
objeto de estudo e a capacidade de dialogar com os autores no sentido de
avançar ou realizar uma contribuição significativa em relação aos estudos já
existentes;
e)
Objetivos da pesquisa:
não existe obrigatoriedade em separar objetivos principais e objetivos
secundários. Muitas vezes objetivos que eram, inicialmente, secundários
tornam-se fundamentais. É mais fácil indicar quais as metas a serem atingidas
(uma, duas, três, nunca várias, pois essa excessiva ampliação dos objetivos
coloca em risco a profundidade analítica). Seguindo as digressões realizadas no
balanço bibliográfico realizado anteriormente, deve-se agora pontuar o que se
deseja atingir com a pesquisa, mostrando qual ou quais as hipóteses que norteiam o
trabalho. Estas podem ser propostas de forma afirmativa ou sob interrogações.
Para projetos de doutorado exige-se que a(s) hipótese(s) contenha(m) certa
originalidade. Demais trabalhos não precisam de hipóteses originais, basta
amparar-se naquelas existentes nas obras já consagradas ao tem;
f)
Metodologia:
nesse espaço, deve-se apontar quais serão as etapas do trabalho e a
maneira
como se conduzirá a pesquisa; abordagem, referenciais
teórico-conceituais. Que
tipo de pesquisa se pretende fazer: História Oral? História Cultural?
História
Econômica? Qual o domínio a ser explorado? História da Igreja? História
Urbana?
O proponente deve deixar claro em que campo da História inscreve sua
pesquisa. É de bom tom indicar qual ou quais os conceitos que serão
utilizados na análise a ser realizada e também revelar qual o tratamento que será dispensado as fontes, como e onde serão coletadas e quais as formas de análise pretendidas.;
g) Fontes: Devem ser elencadas, manuscritas, impressas, orais, iconográficas? Deve-se relacioná-las, bem como a instituição em que se encontram.
g) Fontes: Devem ser elencadas, manuscritas, impressas, orais, iconográficas? Deve-se relacioná-las, bem como a instituição em que se encontram.
h)
Cronograma:
geralmente apresentado sob a forma de um quadro em que se apontam os meses de
duração da pesquisa e as atividades a serem desenvolvidas durante esta, a
saber, levantamento bibliográfico, confecção do projeto de pesquisa definitiva,
fichamento e análise da bibliografia, levantamento das fontes, coleta e
sistematização das fontes, análise do material levantado, redação do texto,
correções ao texto e sua redação final, entrega, etc.;
i) Referências
Bibliográficas: e não bibliografia, bibliografia é o que foi
lido, referências são o universo de obras relacionadas com a pesquisa. Devem
reunir a literatura produzida a respeito do tema e, se possível, abarcar
artigos em periódicos e dissertações ou teses que tenham sido produzidos
recentemente – indício de atenção por parte do pesquisador, ao acompanhar o
estado dos estudos sobre seu tema. Não se deve incluir tudo que já foi lido na
vida, menos ainda obras muito dissonantes em relação ao campo de estudos. É de
bom tom separar os textos de acordo com sua natureza: fontes impressas,
dissertações e teses, artigos em periódicos, revistas e obras publicadas.
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